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  • julho 14, 2020 8 min ler

    Comunicação Não Violenta (CNV) é um processo poderoso para inspirar conexões e ações compassivas. É uma forma de se comunicar alternativa à agressividade e à passividade, ou seja, que vai além do nosso estado instintivo de defesa de lutar ou fugir.

    Ela cultiva uma consciência e um conjunto de habilidades para abordar os conflitos humanos, desde os relacionamentos mais íntimos até conflitos políticos globais.

     

    Quando podemos utilizar a Comunicação Não Violenta?

    Quando estamos diante de um conflito e queremos romper um ciclo de violência ou culpabilização (acusações mútuas);

    Nos momentos em que queremos encontrar soluções respeitosas e sustentáveis em longo prazo para algum conflito;

    Se percebemos que não faz sentido culpar, punir, coagir, manipular. E sim fortalecer o relacionamento, a confiança entre as pessoas.

     

    Na Comunicação Não Violenta, partimos do seguinte princípio

    Todos os seres humanos têm as mesmas necessidades humanas, mesmo que em graus e momentos diferentes, mesmo que encontrem estratégias diferentes para atendê-las. E tudo que fazemos, fazemos na intenção de atender alguma necessidade.

    “As ações de outras pessoas, não importa o quão dolorosas sejam para nós, são simples tentativas de atender suas necessidades.”

    Miki Kashtan

    Ao praticar a Comunicação Não Violenta, permanecemos numa pesquisa constante na busca da nossa humanidade compartilhada, que são nossos motivadores mais centrais.

    São as necessidades humanas universais que queremos encontrar, mas que os rótulos e julgamentos que colocamos sobre as pessoas nos impedem de enxergar.

    Ilustração: Juliana Matsuoka

     

    A Comunicação Não Violenta acontece através da empatia

    Se colocar do outro é um bom primeiro passo para praticar empatia. Mas não tem jeito, todos nós nos colocamos no lugar dos outros, permanecendo sendo nós mesmos.

    Empatia é imaginar como o outro está se sentindo, de acordo com a realidade dele e tendo as necessidades que ele tem. Empatia é “se colocar no lugar do outro”, acompanhado pela humilde curiosidade e incerteza do que se passa dentro dele. A curiosidade permeia a empatia, o real interesse de compreender os sentimentos e necessidades do outro.

    Por isso a expressamos através de hipóteses. Sem o objetivo fixo de acertar na hipótese, mas sim, de estar presente e aberto para o que quer que o outro esteja sentindo e precisando.

    Quando aceitamos o outro como ele está (e não como ele é, porque somos seres dinâmicos), quando não queremos consertá-lo, e o compreendemos sem julgar, é provável que estejamos no lugar da empatia.

    Ilustração: Juliana Matsuoka

     

    Temos a intenção de estabelecer conexão humana

    Ao praticar Comunicação Não Violenta, buscamos nos comunicar escolhendo partir da intenção de nos conectar com as outras pessoas, para que possamos nos entender, e buscar soluções que valorizem as necessidades de todas.

    Pois pessoas conectadas, que se importam com as necessidades umas das outras, encontram estratégias para solucionar os problemas de uma forma muito mais efetiva do que quando não há uma relação de confiança.

    Portanto, é importante saber que, se sua intenção é mudar o outro ou fazer com que ele obedeça, a Comunicação Não Violenta não funcionará.

    Mas se sua intenção for fortalecer relações de confiança ou ajudar as pessoas a atenderem suas necessidades de formas menos custosas, certamente a Comunicação Não Violeta irá contribuir.

    “Antes de abrir a boca para falar, ou de agir, pergunte-se: ‘Qual a minha intenção aqui?’”

    Raj Gill, Lucy Leu, e Judi Morin

     

    Como pratico a Comunicação Não Violenta?

    Primeiro me conecto comigo mesma

    Antes do diálogo com o outro, faço um processo interno de compreender o que há além dos meus julgamentos sobre mim e sobre o outro. Na Comunicação Não Violenta, chamamos este processo de autoconexão.

     

    1. Me pergunto: O que vi ou escutei, que me fez pensar isso sobre a outra pessoa?

    Dessa forma eu trago meus pés para o chão. Saio do looping emocional, e volto para o que realmente aconteceu. Faço observações, em vez de avaliações. Descrevo o acontecimento como se uma câmera tivesse gravado as cenas e as falas.

    Por exemplo: Em vez de me dizer “O que aconteceu foi que eu tenho uma filha uma louca, irresponsável…”, eu me digo “A vi colocar as roupas dela dentro da mala e sair de casa em silêncio.”

    2. Me pergunto: O que estou sentindo agora?

    Procuro palavras para descrever meus sentimentos, minhas emoções. E não meus pensamentos. Eu saio das preocupações com o futuro, e dos rancores do passado, volto para o momento presente, e confiro no meu corpo o que estou sentindo.

    As sensações no corpo são dicas para encontrar nossos sentimentos. E os sentimentos são dicas que indicam qual é a nossa real necessidade humana.

    Mas é comum que as pessoas tenham dificuldade para encontrar palavras que descrevam seus sentimentos. Somos analfabetos emocionais pois na nossa cultura, não fomos incentivados a entrar em contato com nossa vulnerabilidade. Você pode acessar uma lista de palavras que expressam sentimentos clicando aqui.

    Por exemplo: Em vez de me dizer “Estou me sentindo abandonada, sentindo que ela é uma egoísta…”, eu me digo “Estou me sentindo triste e magoada.”

    3. Me pergunto: O que é importante para mim, que não estou tendo agora?

    Procuro palavras para descrever minhas necessidades humanas universais. Não é sobre meus desejos momentâneos, sobre as saídas para os problemas, mas sobre o que o meu coração mais precisa.

    Buscar as necessidades humanas é como descascar uma cebola, até encontrar a camada mais interna.

    Por exemplo: Em vez de me dizer “Eu preciso que ela volte para casa”, eu me digo “Eu gostaria muito de ter a segurança de que ela está bem.”

    De novo, expressar necessidades humanas é um processo que pode ser difícil para a maioria das pessoas, pois não fomos incentivados a falar sobre o que precisamos, mas sim, a falar o que há de errado, de quem é a culpa, o que deveria ter acontecido. Você pode acessar uma lista sugestiva de palavras que expressam necessidades humanas clicando aqui.

    4. Me pergunto: Como eu gostaria que minha necessidade fosse atendida?

    Aqui eu penso sobre o meu pedido de ação. Sobre possibilidades de ação específicas que o outro poderia realizar para atender minha necessidade.

    Temos uma tendência a utilizar palavras vagas, e esperar que o outro compreenda exatamente o que queremos. As pessoas não têm a habilidade de ler nossos pensamentos. Precisamos pensar em pedidos concretos para reduzir os ruídos na comunicação.

    Por exemplo: Em vez de me dizer “Eu gostaria que ela se importasse mais comigo”, eu me digo “Eu gostaria que ela voltasse para casa agora.”

    “Nossos mal-entendidos são “mal-escutados” que, por sua vez, resultam de “mal-formulados”, de “mal-ditos” e de não ditos.”

    Thomas D’ansembourg

    É o momento também de pensar o que eu gostaria que acontecesse, e não o que eu não gostaria que acontecesse. Temos uma facilidade enorme de identificar o que não queremos. Fazer pedidos positivos também reduz os mau entendidos.

    Por exemplo: Em vez de me dizer “Eu gostaria que ela parasse de ser assim tão impulsiva”, eu me digo “Eu gostaria que ela conversasse comigo quando se sentir muito nervosa.”

    E o mais importante de tudo, faço pedidos negociáveis, e não exigências. Essa é uma consciência que permeia toda a Comunicação Não Violenta. Trata-se de compreender que o outro também tem necessidades como eu, que o bem estar dele é tão importante quanto o meu, por isso não quero que ele atenda ao meu pedido por medo, culpa ou vergonha. Quero que ele atenda o meu pedido apenas se ele for capaz de fazer isso de coração.

    Ou seja, estou aberta ao “não”, pois entendo que dessa forma ele está tentando cuidar de alguma necessidade dele. O “não” é o começo de conversa, e não o fim, quando estou interessada em compreender mais sobre a necessidade do outro e encontrar estratégias boas para todos.

    “O que torna possível dizer ‘sim’ de coração, é a certeza de que somos livres para dizer ‘não’ sem sofrer consequências.”

    Miki Kashtan

    Depois disso, entra uma segunda fase da autoconexão: a fase da empatia.

     

    Depois de me conectar comigo mesma, me preparo para me conectar com o outro

    1. Quais será que são os julgamentos dele sobre mim, ou sobre ele mesmo?
    2. O que será que ele viu ou escutou, que pode ter feito ele ter aqueles julgamentos?
    3. O que será que ele está sentindo?
    4. Qual será que é a necessidade dele?
    5. Como será que ele gostaria que as necessidades dele fossem atendidas?

    Todo esse processo eu realizo sozinha ou com apoio de uma escuta empática. Até agora, a conversa com o outro ainda não aconteceu. Estou me preparando para ir ao diálogo desarmada, lúcida e aberta.

    Não se assuste, com a prática, esse processo que, no começo pode ser demorado, acontecerá no tempo de algumas respirações.

    Agora é a hora do diálogo, que consiste de escutar (escuta empática) e falar (expressão autêntica). Sugiro que, antes de falar tudo que você tem para dizer, que você escute.

    As pessoas nos escutam quando elas se sentem escutadas, consideradas, vistas, aceitas. Todos nós agimos melhor quando nos sentimos melhor.

    “Quanto mais respeitamos a humanidade de nosso oponente, mais efetivamente podemos nos opor à sua injustiça.”

    Michael N. Nagler

     

    Agora eu tenho mais condições de escutar o outro com empatia

    Escutar é muito mais que deixar o outro terminar de falar. Escutar envolve curiosidade em compreender como o outro pensa, sente e vê. Para isso, preciso abandonar as coisas que eu “já sei”, e me abrir para o que eu não sei.

    Minha fala mostra se estou realmente afim de escutar. Frases como as seguintes mostram esse desejo:

    “Deixe-me ver se estou entendendo. O que entendi foi… É isso?”

    “Como você se sente quando eu digo isso?”

    “Me diz como isso chega pra você?”

    “Não compreendi, você poderia me explicar com outras palavras?”

    “Estou curioso para saber, por que não? Você pode me dizer?”

    “O que te leva a dizer não? Você tem outras ideias?”

    Escutar com empatia é como ter um tradutor simultâneo na nossa cabeça, traduzindo os julgamentos e acusações que vierem em observações, sentimentos, necessidades e pedidos.

    “Gosto mais dos seres humanos se não ouço o que eles pensam. Aprendi a apreciar a vida muito mais apenas escutando o que se passa em seu coração, e não caindo nas armadilhas do que está em sua cabeça.”

    Marshall Rosenberg

    Por exemplo: Se a outra pessoa disser “Você é uma controladora, é impossível viver com você”, eu a escutarei dizer “Quando você diz que quer que eu volte para casa (OBSERVAÇÃO), eu sinto raiva (SENTIMENTO), porque preciso muito de liberdade e autonomia (NECESSIDADE). Eu quero encontrar uma casa para morar sozinha (PEDIDO).”

    Eu posso escutar isso em silêncio, e posso também dizer para a outra pessoa a tradução realizada. É uma ótima oportunidade de checar minha compreensão, e dar a ela a oportunidade de esclarecer algo que não tenha chegado como ela gostaria.

     

    Agora, eu tenho mais condições de me expressar com autenticidade e responsabilidade

    Quando tenho a oportunidade de falar, eu expresso o que está vivo em mim, o que está no meu coração, e não o que está na superficialidade dos meus julgamentos.

    Por exemplo:

    Se eu escutar outra pessoa dizer:

    “Quando você diz que quer que eu volte para casa (OBSERVAÇÕES), eu sinto raiva (SENTIMENTO), porque preciso muito de liberdade e autonomia (NECESSIDADE). Eu quero encontrar uma casa para morar sozinha (PEDIDO).”,

    eu poderia falar

    “Quando eu escuto que você quer morar sozinha (OBSERVAÇÕES), eu fico preocupada (SENTIMENTO), porque eu gostaria de ter a segurança de que você está bem (NECESSIDADE). Vamos juntas encontrar uma forma de você ter mais liberdade e autonomia, que me ofereça essa segurança (PEDIDO)?”

    Esses “passos” nos ajudam muito a colocar a atenção nos lugares que aumentem a possibilidade de conexão na comunicação. Mas ao mesmo tempo, esses passos podem fazer parecer a comunicação robótica, mecânica, artificial, se utilizada sem a intenção de construir conexão humana. E ela não acontece se a outra pessoa sente que está conversando com um livro.

     

    A origem da Comunicação Não Violenta

    A abordagem que sistematizada pelo psicólogo dos Estados Unidos, Marshall Rosenberg que faleceu em 2015.

    Marshall dedicou uma grande parte de sua vida trabalhando a Comunicação Não Violenta em diversos tipos de conflitos e relações, até mesmo em locais como Serra Leoa, Sri Lanka Bósnia e Sérvia, Colômbia e Oriente Médio. Desde a sua criação, ela tem sido ferramenta para trabalhos em presídios, escolas, empresas, e principalmente transformando relações interpessoais, essas que a gente tem uma a uma.

     

    Marshall Rosenberg

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